Cine CCBB Brasília – De 28 de março a 16 de abril – Entrada franca
O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília recebe a 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino, com uma seleção de 34 obras cinematográficas dirigidas por mulheres, retratando a diversidade do cinema árabe contemporâneo.
A programação ocorrerá de 28 de março a 16 de abril, com entrada franca, apresentando 34 filmes, sendo 13 longas e 21 curtas em um passeio pelo Egito, Líbano, Palestina, Sudão, Iêmen, Síria, Argélia e Marrocos.
A mostra traz à tona questões políticas, críticas sociais, vivências LGBTQIAP+, utopias, memória, tempo, família e masculinidades permeiam as produções de realizadoras árabes contemporâneas em uma programação que inclui ainda sessões comentadas, mesas redondas e masterclass.
A curadoria desta terceira edição é das brasileiras Analu Bambirra, Carol Almeida e da egípcia Alia Ayman. “Em sua terceira edição, a mostra reafirma seu interesse em apresentar um recorte da produção cinematográfica árabe. Nesta edição, além de percebermos a interseção entre o cinema e as artes visuais (através de diretoras como Meriem Bennani, Basma Alsharif, Larissa Sansour e Jumana Mana), reforçamos o quão diverso e rico é o cinema árabe, indo de narrativas tradicionais até novas formas e experimentos cinematográficos. Os filmes que apresentamos representam imagens ‘frescas’, imagens às quais acreditamos que brasileiros deveriam ter mais acesso”, na opinião da tríade de curadoras.
A programação se enriquece com sessões comentadas e mesas-redondas nessa primeira incursão em Brasília, capital que reúne embaixadas e estados de todo o Brasil neste encontro de povos e linguagens artísticas sob a ótica feminina.
“Nesta edição, além de percebermos a interseção entre o cinema e as artes visuais através de diretoras como Meriem Bennani, Basma Alsharif, Larissa Sansour e Jumana Mana, reforçamos o quão diverso e rico é o cinema árabe que cai de narrativas tradicionais até novas formas e experimentos cinematográficos. Os filmes que apresentamos representam imagens ‘frescas’, nas quais acreditamos que os brasileiros deveriam ter mais acesso.” Conta a tríade de curadoras.
Elas convidaram a diretora síria Soudade Kaadan, que comenta o filme “Nezouh” no dia 09 de abril (domingo), às 18 horas. A ação contará com legenda descritiva e tradução consecutiva em inglês e português. É um drama que conta a história de Zeina, de 14 anos, e sua família, que são os últimos a permanecer em sua cidade natal sitiada, Damasco, na Síria. O longa venceu os Prêmios do Público/Armani Beauty e Lanterna Mágica, no Festival de Veneza 2022, e mais o Prêmio Direitos Humanos da Anistia Internacional, no Med Film Festival 2022, em Roma. Kaadan também vai ministrar a Masterclass “A representação do trauma através da ficção“no dia 11 de abril (terça) às 18 horas.
O filme de abertura da 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino éo longa-metragem de Eliane Raheb intitulado “Miguel’s War”, filme que estreou no Panorama da Berlinale em 2021 e ganhou o Teddy de melhor longa-metragem, o Grande Prêmio do Júri no NewFEST, o prêmio de documentário no festival de cinema LGBT de Paris e o de melhor documentário no Festival de Cinema de Mizna. Raheb comenta seu filme no dia 06 de abril (quinta).
Outros longas como “Foragers”, da palestina Jumana Manna, traz os dramas em torno da prática de busca e coleta de plantas silvestres comestíveis na Palestina/Israel, com humor sarcástico e um ritmo meditativo; “Purple Sea”, de Amel Alzakout e Khaled Abdulwahed, documentário que traz o percurso de bote da Turquia para a Grécia realizado pela diretora; “The Zerda and the Songs of Forgetting” e “La Nouba des Femmes du Mont-Chenoua”, ambos os filmes da importante escritora argelina Assia Djebar, que faleceu em 2015; e “The hour of liberation has arrived”, da diretora libanesa Heiny Srour, considerado o primeiro longa-metragem de uma mulher árabe a ser selecionado para o Festival de Cannes, em cópia restaurada deste filme.
Entre os 21 curtas exibidos, destacam-se “As If No Misfortune Had Occurred in the Night”, realizado pela renomada diretora palestina Larissa Sansour; a trilogia “Life on the Caps”, realizado pela artista marroquina Meriem Bennani; e o filme “The Window”, da libanesa Sarah Kaskas.
A vasta programação inclui, ainda, homenagens às realizadoras Meriem Bennani (artista visual marroquina que trabalha com animação e arte contemporânea), Azza El Hassan (diretora palestina que, além da realização, fundou o projeto de restauração fílmica, curadoria e produção chamado The Void Project) e Basma Alsharif (artista visual e diretora de origem palestina). Da marroquina Meriem Bennani, a mostra exibe a sua trilogia “Life on the Caps” e seu curta-metragem “2 Lizards”, todos inéditos no Brasil. Da
Palestina Basma AlSharif, três curtas-metragens: “Home Movies Gaza”, “A field guide to the ferns” e “We began by measuring distance”. Adiretora palestina Azza El Hassan é representada por seus dois longas-metragens: “News Time” e “Kings & Extras”.
Depois de Brasília, a 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino, segue para o CCBB São Paulo (22/04 a 14/05/2023). O projeto é uma realização da Partisane Filmes, com patrocínio do Banco do Brasil e apoio da Arsenal – Institut für Film und Videokunst.
A convidada:
Soudade Kaadan
Soudade Kaadan é uma realizadora síria, nascida em França em 1979 e radicada em Londres. Ela estudou crítica teatral no Instituto Superior de Artes Dramáticas na Síria e cinema na Saint Joseph University (IESAV), no Líbano. Seu primeiro longa-metragem de ficção, The Day I Lost my Shadow, recebeu o prêmio Leão do Futuro de melhor estreia no Festival de Cinema de Veneza de 2018 e o prêmio do júri de direção no Festival de Cinema de LA, além de ter sido exibido em vários festivais, incluindo TIFF, BFI Londres, Busan e IFFR. Seu curta-metragem Aziza ganhou o Prêmio do Grande Júri de Sundance em 2019.
As curadoras:
Carol Almeida Carol Almeida é doutora pelo programa de pós-graduação em Comunicação na UFPE, com pesquisa centrada no cinema contemporâneo brasileiro. Faz parte da equipe curatorial desta edição da Mostra de Cinema Árabe Feminino e integra a equipe curatorial do Festival Olhar de Cinema/Curitiba desde 2017, bem como da Mostra que Desejo, promovida pelo Mirante Cineclube. Dá oficinas sobre crítica de cinema, curadoria, cinema brasileiro contemporâneo e representação de mulheres no cinema. No momento, trabalha como professora substituta de oficina de produção audiovisual e linguagens e culturas visuais da Universidade Federal de Alagoas.
Alia Ayman
Alia Ayman realiza e programa filmes, vídeos e lives entre Cairo e Nova York. Ela é cofundadora da Zawya, um cinema de arte no Cairo, e é doutoranda em antropologia social na New York University. Ela é consultora de curadoria para a Berlinale Forum, International Documentary Film Festival in Amsterdam (IDFA) e para a BlackStar Film Festival. Ela já realizou curadorias para o Images Festival em Toronto, Canadá, Flaherty NYC, Arsenal Institute for Film and Video, entre outros.
Analu Bambirra
Analu Bambirra é formada em Cinema e Audiovisual pelo Centro Universitário UNA, em Belo Horizonte/MG. Sócia da Partisane Filmes, atua nas áreas de produção executiva, curadoria e distribuição. Colaborou com a empresa produtora Anavilhana de 2014 a 2022, e desde então colabora com a Ocean Films como gestora de projetos. É curadora, diretora e produtora da Mostra de Cinema Árabe Feminino.
Sobre o CCBB Brasília
O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília foi inaugurado em 12 de outubro de 2000, após uma grande reforma de adaptação do Edifício Tancredo Neves, com o objetivo de reunir em um só lugar todas as formas de demonstração de arte e criatividade possíveis, para levá-las ao público da capital.
O edifício Presidente Tancredo Neves faz parte de um conjunto de obras arquitetônicas assinadas por Oscar Niemeyer. Com o seu imenso projeto paisagístico, idealizado por Alda Rabello Cunha, o prédio conta com amplos espaços de convivência, café, restaurante, galerias, sala de cinema, teatro, salas multiuso, jardins e uma praça central para eventos abertos, onde são realizados shows, espetáculos e performances.
Programação:
Mesa 01 – Feminismo Islâmico e outros feminismos (Elzahra Osman, Cesar Baldi, Renata Melo)
Data: 08 de abril (sábado) às 15:00
Masterclass: A representação do trauma através da ficção
Inscrições até dia 09 de abril, através do www.instagram.com/cinema_arabefeminino
Palestrantes: Soudade Kaadan
Carga horária: 03 horas
Data: 11 de abril (terça) às 18:00
Ementa: Nesta masterclass, a realizadora compartilhará seu processo criativo. Soudade Kaadan trabalha com curtas e longas-metragens de ficção sempre conectados com a Síria, enquanto a mídia internacional volta maior atenção às imagens documentais e imagens de guerra deste país. Soudade, em sua cinematografia, trabalha a representação do trauma de diversas maneiras, ao mesmo tempo que constrói novas imagens da Síria reconstituídas em outros países, uma vez que não se é possível filmar no país.
Mesa 02 – O papel do cinema de diretoras palestinas como contraponto à narrativa hegemônica no Brasil: Fortalecendo as Relações Brasil-Palestina – Sônia Hamid (IFB), Muna Muhammad Odeh e Maynara Nafe
Data: 15 de abril (sábado) às 15:00
Sessões comentadas:
Purple Sea [Mar Roxo] + debate com Lila Foster
31 de março (sexta) às 19:00
Nezouh – Debate por Soudade Kaadan
09 de abril (domingo) às 18:00
Lift like a girl – Sessão comentada por Letícia Bispo
14 de abril (sexta) às 18:30
LISTA DE FILMES SELECIONADOS:
PROGRAMAÇÃO
São 13 longas e 21 curtas
BRASÍLIA
MARÇO/2023
28/03 (terça-feira)
18h15 Aanaf Hob | Miguel’s War [A Guerra de Miguel] (dir. Eliane Raheb, Líbano/Espanha/ Alemanha, 2021, 127’) – 18 anos
20h45 Foragers [Forrageadores] (dir. Jumana Manna, Palestina, 2022, 64’) – Livre
Sessão com legendagem descritiva
29/03 (quarta-feira)
19h15 Zaman Al Akbar | News Time [Hora das Notícias] (dir. Azza El Hassan, Palestina, 2001, 54’) – Livre
20h30 SESSÃO DE CURTAS 05 – Life on the CAPS Trilogy [Trilogia: Vida na CAPS] (dir. Meriem Bennani, Estados Unidos/Marrocos, 2022, 76’) – 14 anos
Sessão com legendagem descritiva
30/03 (quinta-feira)
18h30 SESSÃO DE CURTAS 01 – Canada Park (dir. Razan AlSalah, Canadá/Palestina, 2020, 8’); Moonscape (dir. Mona Benyamin, Palestina, 2020, 17’); Who Is Afraid of Ideology? Part 4: Reverse Shot [Quem Tem Medo de Ideologia? Parte 4: Contraplano] (dir. Marwa Arsanios, Alemanha/Líbano, 2022, 35’) – 12 anos
20h00 Souad (dir. Ayten Amin, Egito/Tunísia/Alemanha, 2020, 96’) – 16 anos
31/03 (sexta-feira)
18h00 The hour of liberation has arrived (dir. Heiny Srour, Líbano/França, 1974, 62’) – Livre
20h00 Purple Sea [Mar Roxo] (dir. Amel Alzakout e Khaled Abdulwahed, Alemanha, 2020, 67’) – 16 anos
Sessão comentada por Lila Foster
ABRIL/2023
01/04 (sábado)
16h15 SESSÃO DE CURTAS 03 – Mubarak Mubarak al-Nisyan | Blessed Blessed Oblivion [Abençoado Abençoado Esquecimento] (dir. Jumana Manna, Palestina, 2010, 21’); Electrical Gaza [Gaza Elétrica] (dir. Rosalind Nashashibi, Reino Unido, 2015, 18’); As If No Misfortune Had Occurred in the Night [Como Se Nenhum Infortúnio Tivesse Ocorrido à Noite] (dir. Larissa Sansour e Søren Lind, Reino Unido, 2022, 20’) – 16 anos
17h30 La Nouba des Femmes du Mont-Chenoua [A Nouba das Mulheres do Mont – Chenoua] (dir. Assia Djebar, Argélia, 1977, 115’) – Livre
20h00 Costa Brava, Lebanon [Costa Brava, Líbano] (dir. Mounia Akl, Líbano/França/ Espanha/Suécia/Dinamarca/Noruega/Catar 2021, 107’) – Livre
02/04 (domingo)
17h00 Molok Wa Kombarse | Kings & Extras [Reis & Figurantes] (dir. Azza El Hassan, Palestina/ Alemanha/França/Reino Unido, 2004, 64’) – Livre
18h30 La zerda et les chants de l’oubli [A Zerda e os cantos do esquecimento] (dir. Assia Djebar, Argélia, 1982, 59’) – Livre
20h00 SESSÃO DE CURTAS 02 – Don’t Get Too Comfortable [Não Fique Muito Confortável] (dir. Shaima Al Tamimi, Iêmen/Quênia/EUA/Catar/ Emirados Árabes Unidos, 2021, 9’); Sahbety | My Girl Friend [Minha Amiga] (dir. Kawthar Younis, Egito, 2022, 17’); Al-Sit (dir. Suzannah Mirghani, Sudão/Catar, 2020, 20’); Toutes les Nuits | Behind Closed Doors [Todas as Noites] (dir. Latifa Said, França, 2021, 21’); Three Disappearances and a Song [Três Desaparecimentos e uma Canção] (dir. Nadia Ghanem, Egito, 2021, 27’) – 10 anos
03/04 (segunda-feira)
FECHADO
04/04 (terça-feira)
18h30 Souad (dir. Ayten Amin, Egito/Tunísia/Alemanha, 2020, 96’) – 16 anos
20h30 Leur Algérie | Their Algeria [A Argélia Deles] (dir. Lina Soualem, França/ Argélia/ Suíça/ Catar, 2020, 72’) – Livre
05/04 (quarta-feira)
18h30 La Nouba des Femmes du Mont-Chenoua [A Nouba das Mulheres do Mont – Chenoua] (dir. Assia Djebar, Argélia, 1977, 115’) – Livre
20h45 SESSÃO DE CURTAS 01 – Canada Park (dir. Razan AlSalah, Canadá/Palestina, 2020, 8’); Moonscape (dir. Mona Benyamin, Palestina, 2020, 17’); Who Is Afraid of Ideology? Part 4: Reverse Shot [Quem Tem Medo de Ideologia? Parte 4: Contraplano] (dir. Marwa Arsanios, Alemanha/Líbano, 2022, 35’) – 12 anos
06/04 (quinta-feira)
19h30 Zaman Al Akbar | News Time [Hora das Notícias] (dir. Azza El Hassan, Palestina, 2001, 54’) – Livre
20h45 SESSÃO DE CURTAS 06 – A Field Guide To The Ferns [Um Guia de Campo das Samambaias] (dir. Basma al-Sharif, Estados Unidos, 2015, 10’); Home Movies Gaza [Filmes Caseiros Gaza] (dir. Basma Alsharif , França/Territórios Palestinos, 2013, 24’); We Began by Measuring Distance [Nós Começamos Medindo Distâncias] (dir. Basma Alsharif, Egito, 2009, 19’) – 10 anos
07/04 (sexta-feira)
19h00 La zerda et les chants de l’oubli [A Zerda e os cantos do esquecimento] (dir. Assia Djebar, Argélia, 1982, 59’) – Livre
20h30 The hour of liberation has arrived (dir. Heiny Srour, Líbano/França, 1974, 62’) – Livre
08/04 (sábado)
16h15 MESA REDONDA – Feminismo Islâmico e Outros Feminismos
18h35 Ash Ya Captain | Lift Like a Girl [Levante Como uma Garota] (dir. Mayye Zayed, Egito/Alemanha/Dinamarca, 2020, 92’) – 10 anos20h30 SESSÃO DE CURTAS 04 – 2 Lizards [2 Lagartos] (dir. Meriem Bennani, Orian Barki, Estados Unidos USA, 2020, 22’); The Window [A Janela] (dir. Sarah Kaskas, Líbano, 2021, 16’); Let My Body Speak [Deixe Meu Corpo Falar] (dir. Madonna Adib, Reino Unido, 2020, 10’); WARSHA (dir. Dania Bdeir, França/Líbano France/Lebanon, 2022, 16’) – 14 anos
09/04 (domingo)
17h00 Aanaf Hob | Miguel’s War [A Guerra de Miguel] (dir. Eliane Raheb, Líbano/Espanha/ Alemanha, 2021, 127’) – 18 anos
19h30 Nezouh (dir. Soudade Kaadan, Reino Unido/Síria/França/Catar, 2022, 103’) – 14 anos
Sessão com legendagem descritiva
Sessão comentada com a diretora Soudade Kaadan
10/04 (segunda-feira)
FECHADO
11/04 (terça-feira)
18h45 Masterclass “Construção de personagens no cinema documental” com Eliane Raheb
Tradução consecutiva inglês/português/inglês
Tradução consecutiva em libras
12/04 (quarta-feira)
19h15 SESSÃO DE CURTAS 03 – Mubarak Mubarak al-Nisyan | Blessed Blessed Oblivion [Abençoado Abençoado Esquecimento] (dir. Jumana Manna, Palestina, 2010, 21’); Electrical Gaza [Gaza Elétrica] (dir. Rosalind Nashashibi, Reino Unido, 2015, 18’); As If No Misfortune Had Occurred in the Night [Como Se Nenhum Infortúnio Tivesse Ocorrido à Noite] (dir. Larissa Sansour e Søren Lind, Reino Unido, 2022, 20’) – 16 anos
20h45 SESSÃO DE CURTAS 04 – 2 Lizards [2 Lagartos] (dir. Meriem Bennani, Orian Barki, Estados Unidos USA, 2020, 22’); The Window [A Janela] (dir. Sarah Kaskas, Líbano, 2021, 16’); Let My Body Speak [Deixe Meu Corpo Falar] (dir. Madonna Adib, Reino Unido, 2020, 10’); WARSHA (dir. Dania Bdeir, França/Líbano France/Lebanon, 2022, 16’) – 14 anos
13/04 (quinta-feira)
18h30 Molok Wa Kombarse | Kings & Extras [Reis & Figurantes] (dir. Azza El Hassan, Palestina/ Alemanha/França/Reino Unido, 2004, 64’) – Livre
20h00 SESSÃO DE CURTAS 02 – Don’t Get Too Comfortable [Não Fique Muito Confortável] (dir. Shaima Al Tamimi, Iêmen/Quênia/EUA/Catar/ Emirados Árabes Unidos, 2021, 9’); Sahbety | My Girl Friend [Minha Amiga] (dir. Kawthar Younis, Egito, 2022, 17’); Al-Sit (dir. Suzannah Mirghani, Sudão/Catar, 2020, 20’); Toutes les Nuits | Behind Closed Doors [Todas as Noites] (dir. Latifa Said, França, 2021, 21’); Three Disappearances and a Song [Três Desaparecimentos e uma Canção] (dir. Nadia Ghanem, Egito, 2021, 27’) – 10 anos
14/04 (sexta-feira)
18h00 Foragers [Forrageadores] (dir. Jumana Manna, Palestina, 2022, 64’) – Livre
Sessão com legendagem descritiva
19h30 Ash Ya Captain | Lift Like a Girl [Levante Como uma Garota] (dir. Mayye Zayed, Egito/Alemanha/Dinamarca, 2020, 92’) – 10 anos
Sessão comentada por Letícia Bispo
15/04 (sábado)
16h15 MESA REDONDA – O papel do cinema de diretoras palestinas como contraponto à narrativa hegemônica no Brasil: Fortalecendo as relações Brasil-Palestina
18h45 Leur Algérie | Their Algeria [A Argélia Deles] (dir. Lina Soualem, França/ Argélia/ Suíça/ Catar, 2020, 72’) – Livre
20h30 SESSÃO DE CURTAS 05 – Life on the CAPS Trilogy [Trilogia: Vida na CAPS] (dir. Meriem Bennani, Estados Unidos/Marrocos, 2022, 76’) – 14 anos
Sessão com legendagem descritiva
16/04 (domingo)
17h15 Purple Sea [Mar Roxo] (dir. Amel Alzakout e Khaled Abdulwahed, Alemanha, 2020, 67’) – 16 anos
18h45 Nezouh (dir. Soudade Kaadan, Reino Unido/Síria/França/Catar, 2022, 103’) – 14 anos
Sessão com legendagem descritiva20h45 SESSÃO DE CURTAS 06 – A Field Guide To The Ferns [Um Guia de Campo das Samambaias] (dir. Basma al-Sharif, Estados Unidos, 2015, 10’); Home Movies Gaza [Filmes Caseiros Gaza] (dir. Basma Alsharif , França/Territórios Palestinos, 2013, 24’); We Began by Measuring Distance [Nós Começamos Medindo Distâncias] (dir. Basma Alsharif, Egito, 2009, 19’) – 10 anos
SINOPSES:
Longas-metragens:
Aanaf Hob | Miguel’s War [A Guerra de Miguel] (dir. Eliane Raheb, Líbano/Espanha/ Alemanha, 2021, 127’) – 18 ANOSMiguel’s War retrata um homem libanês gay, sensível, fortemente oprimido e envergonhado por sua sociedade por toda a sua juventude. Em 1983, ele participa da guerra civil do Líbano para provar que pode lutar como um “homem de verdade”, mas fracassa. Traumatizado com a experiência, Miguel parte para a Espanha. Somente agora – 37 anos após ter deixado o Líbano – que Miguel se dispõe a confrontar os fantasmas de seu passado para encontrar, enfim, algum equilíbrio emocional. Utilizando das formas do documentário, da animação, do teatro e do arquivo, este filme híbrido oferece uma experiência de autoconfrontação e catarse.
Costa Brava, Lebanon [Costa Brava, Líbano] (dir. Mounia Akl, Líbano/França/ Espanha/Suécia/Dinamarca/Noruega/Catar 2021, 107’) – LIVRE
Na Costa Brava, no Líbano, a família de espírito livre Badri, foge da poluição avassaladora e da inquietação social de Beirute, buscando refúgio em uma utópica casa de montanha que eles construíram. De repente, um aterro sanitário ilegal começa a ser construído bem ao lado. Com ele vem justamente o lixo e a corrupção de que tentavam escapar. À medida que o aterro cresce, aumentam as tensões familiares. Aos Badris resta uma escolha: ficar fora do sistema ou deixar sua idílica casa e enfrentar a realidade da qual fugiram, na esperança de se manterem fiéis aos seus ideais. Costa Brava, Lebanon [Costa Brava, Líbano] é, em última análise, sobre o que é preciso para uma família se unir e reafirmar o compromisso com seus valores e entre si.
Foragers [Forrageadores] (dir. Jumana Manna, Palestina, 2022, 64’) – LIVREForagers retrata os dramas em torno da prática de busca e coleta de plantas silvestres comestíveis na Palestina/Israel, com humor sarcástico e um ritmo meditativo. Filmado nas Colinas de Golã, na Galileia e em Jerusalém, ele emprega ficção, documentário e imagens de arquivo para retratar o impacto das leis israelenses de proteção da natureza nesses costumes. As restrições proíbem a coleta do ‘akkoub andza’atar (espécie de tomilho), e resultaram em multas e julgamentos em tribunais para centenas de pessoas, que foram capturadas coletando essas plantas nativas. Para os palestinos, essas leis são um “véu ecológico” de uma legislação que os aliena ainda mais de suas terras, enquanto os representantes do Estado israelense insistem nos argumentos de “experiência científica” e do dever de proteger. Seguindo as plantas da selva até a cozinha, das perseguições entre os forrageadores e a patrulha da natureza, até as defesas no tribunal, Foragers captura a alegria e o conhecimento que estão incorporados nessas tradições, assim como a resistência às proibições da lei. Ao retratar os termos e restrições da preservação, o filme levanta questões em torno da política de extinção, ou seja, quem determina o que é extinto e o que pode continuar vivo.
La Nouba des Femmes du Mont-Chenoua [A Nouba das Mulheres do Mont-Chenoua] (dir. Assia Djebar, Argélia, 1977, 115’) – LIVRE
Utilizando o título e a estrutura da “Nouba”, uma música tradicional de cinco movimentos, este filme assombroso mistura ficção e documentário para documentar a criação de histórias pessoais e culturais de mulheres.
La zerda et les chants de l’oubli [A Zerda e os cantos do esquecimento] (dir. Assia Djebar, Argélia, 1982, 59’) – LIVRE
A artista Assia Djebar mudou de profissões a fim de recapitular a colonização do Magrebe utilizando imagens de jornais franceses. O filme utiliza da montagem para buscar a verdade nestas “imagens de um olhar mortal”, uma verdade a qual esses periódicos claramente não mostram: a “resistência por detrás da máscara”. A trilha sonora une cantos multivocais e música experimental para formar um último ato furioso para a violência colonial.
Leur Algérie | Their Algeria [A Argélia Deles] (dir. Lina Soualem, França/Argélia/Suíça/ Catar, 2020, 72’) – LIVRE
Depois de 62 anos morando juntos, os avós de Lina, Aïcha e Mabrouk, decidiram se separar. Juntos, eles vieram da Argélia para Thiers, uma pequena cidade medieval no meio da França, há mais de 60 anos. Lado a lado, eles vivenciaram a caótica vida de imigrante. Para Lina, a separação dos avós é uma oportunidade de questionar a longa jornada de exílio e o silêncio deles.
Ash Ya Captain | Lift Like a Girl[Levante Como uma Garota] (dir. Mayye Zayed, Egito/Alemanha/Dinamarca, 2020, 92’) – 10 ANOS
Em uma esquina movimentada e barulhenta em Alexandria, no Egito, um lote aparentemente vazio, cercado por grades, é o local de treinamento das campeãs de elite do Egito – as levantadoras de peso femininas. Zebiba (“passas” em árabe) treina no local há cinco anos, desde que ela tinha 09, seguindo os passos dos atletas mais famosos do Egito de todos os tempos – incluindo a primeira levantadora de peso árabe, duas vezes medalhista olímpica, Abeer Abdel Rahman, e a campeã mundial e atleta olímpica, Nahla Ramadan. O pai de Nahla, o visionário capitão Ramadan, criou campeões e campeãs em seu terreno improvisado por mais de duas décadas – 04 campeões olímpicos, 09 mundiais e 17 pan-africanos. Agora é a vez de Zebiba. Mas Zebiba pode deixar de lado seus instintos juvenis e direcionar seu foco para ser a campeã de levantamento de peso que o capitão tem certeza de que ela é?
Molok Wa Kombarse | Kings & Extras [Reis & Figurantes] (dir. Azza El Hassan, Palestina/ Alemanha/França/Reino Unido, 2004, 64’) – LIVRE
Os filmes da Unidade da PLO Media Unit deveriam mostrar uma imagem autodeterminada da realidade palestina, mas eles desapareceram durante a invasão israelense de Beirute em 1982. Num “filme de estrada” da Palestina até a Jordânia, a Síria e o Líbano, a diretora Azza El-Hassan segue as pistas confusas e contraditórias sobre o paradeiro dos arquivos perdidos. Essa busca, cada vez mais absurda, finalmente a leva a um cemitério de mártires, onde dizem que os filmes estão enterrados – mas ninguém quer cavar todo o lugar. Enquanto a busca de Azza pelas imagens perdidas a leva a vários becos sem saída, ela se depara com novas pistas e começa a construir sua própria história. O filme reflete a situação no Oriente Médio – uma revolução fracassada, o relacionamento problemático com os vizinhos árabes, a questão da identidade palestina nos dias de hoje. Azza El-Hassan mostra mitos, histórias de vida e mentiras da vida, os efeitos da derrota e da perda na vida de alguém. Ela traz até um humor à tragédia da situação – à qual ela se sente simultaneamente pertencente e em oposição. Vencedor do Prêmio Luchino Visconti.
NEZOUH (dir. Soudade Kaadan, Reino Unido/Síria/França/Catar, 2022, 103’) – 14 ANOS Zeina, de 14 anos, e sua família são os últimos a permanecer em sua cidade natal sitiada, Damasco, na Síria. Um míssil abre um buraco enorme na casa deles, expondo-os ao mundo exterior. Quando uma corda é misteriosamente descida ao buraco, Zeina sente o primeiro gostinho de liberdade, e um mundo inimaginável de possibilidades se abre para ela. À medida que a violência lá fora aumenta, a família é pressionada a ir embora, mas Mutaz, seu pai, insiste em que eles fiquem, recusando-se a fugir para a vida incerta de um refugiado. Diante de um dilema de vida ou morte, Zeina e Hala, sua mãe, devem fazer a escolha entre ficar ou partir.
Purple Sea [Mar Roxo] (dir. Amel Alzakout e Khaled Abdulwahed, Alemanha, 2020, 67’) – 16 ANOS
“Eu vejo tudo”, ela diz como se fosse uma maldição. Sol brilhante, céu completamente azul. O mar está calmo, cercado por uma grade. Um momento de paz, se não fosse pelo fato que o mar está de pé, na vertical, como uma cachoeira. Uma torrente de imagens, girando, de cabeça para baixo, sacudindo. Pessoas no barco, na água, gritos, coletes salva-vidas, apitos de emergência. Não há mais horizonte, nem céu, nem alto, nem baixo, apenas profundidade e nada em que se agarrar. Até mesmo o fluxo do tempo para, contraindo-se ao presente brutal. Ela está filmando e falando. Para vencer o cansaço, o frio, o fato de que a ajuda não está vindo. Para vencer a morte, apenas para que alguma coisa permaneça.
SOUAD (dir. Ayten Amin, Egito/Tunísia/Alemanha, 2020, 96’) – 16 ANOS Zagazig, uma pequena cidade no Delta do Nilo, no Egito. Hoje. Souad, uma jovem de 19 anos, leva uma vida dupla. Enquanto se mantém conservadora e recatada com sua família e perante a sociedade, Souad é obcecada por sua imagem nas redes sociais e sustenta alguns relacionamentos virtuais secretos com homens. Ela mente constantemente sobre a sua vida pessoal. Suas ambições, contudo, são lentamente destruídas pela invasão da realidade. Uma série de pequenos incidentes leva a um acontecimento trágico, que faz com que Rabab, sua irmãzinha de 13 anos, embarque em uma jornada, na vida real, em busca de respostas.
The hour of liberation has arrived (dir. Heiny Srour, Líbano/França, 1974, 62’) – LIVRE
No fim dos anos 1960, a província de Dhofar se levantou contra o sultanato de Oman, em um movimento de guerrilha democrático e feminista. A diretora Heiny Srour e sua equipe capturam este registro raro de uma guerra quase esquecida.
Zaman Al Akbar | News Time [Hora das Notícias] (dir. Azza El Hassan, Palestina, 2001, 54’) – LIVRE
Durante a Segunda Intifada, a cineasta decide filmar uma história de amor que se desenrola entre seu senhorio e a esposa dele, mas logo as coisas mudam e ela se vê sozinha na vizinhança com quatro meninos que se tornam os protagonistas do seu filme. Com várias camadas de temas, News Time, questiona o efeito da ocupação e da mídia na vida cotidiana de um bairro palestino. Vencedor do The British Grierson Documentary Award e do Jazeera Jury Award.
Curtas-metragens
2 Lizards [2 Lagartos] (dir. Meriem Bennani, Orian Barki, Estados Unidos USA, 2020, 22’) – 14 ANOS Este filme, dos artistas Meriem e Orian Barki, retrata uma visão surrealista dos primeiros meses da pandemia de COVID-19 conforme ela se desenvolveu na cidade de Nova York. No filme, dois lagartos animados e antropomorfizados servem como protagonistas, movendo-se por uma cidade tomada por uma pandemia, por um isolamento prolongado e por gritos que pedem mudanças por justiça social. Ele destaca o desamparo e a incerteza experimentados por muitos na época, bem como os momentos inesperados de comunidade e conexão compartilhadas. Originalmente lançado como uma série de oito partes na conta do Instagram de Bennani.
A Field Guide To The Ferns [Um Guia de Campo das Samambaias] (dir. Basma al-Sharif, Estados Unidos, 2015, 10’) – 10 ANOS
Um filme de terror de natureza. “A selvageria primitiva encontra a brutalidade do mundo moderno na fatia atemporal do horror visceral de Ruggero Deodato”. O Holocausto Canibal é revivido nas profundezas da floresta de New Hampshire, onde a apatia e a violência se confundem.
Al-Sit (dir. Suzannah Mirghani, Sudão/Catar, 2020, 20’) – 10 ANOS
Em uma aldeia de cultivo de algodão no Sudão, Nafisa, de 15 anos, tem uma queda por Babiker, mas seus pais arranjaram seu casamento com Nadir, um jovem empresário sudanês que mora no exterior. A avó de Nafisa, Al-Sit, a poderosa matriarca da aldeia, tem seus próprios planos para o futuro de Nafisa. Mas pode Nafisa fazer suas próprias escolhas?
As If No Misfortune Had Occurred in the Night [Como Se Nenhum Infortúnio Tivesse Ocorrido à Noite] (dir. Larissa Sansour e Søren Lind, Reino Unido, 2022, 20’) – 16 ANOS Embebido em preto e branco, a cantora soprano palestina, Nour Darwish entrega uma ária em árabe sobre sofrimento intergeracional e luto materno. A composição assombrosa, baseada na Kindertotenlieder de Gustav Mahler e na canção tradicional palestina Mashaal, traça um século de perdas e conflito angustiante com poder e graça extraordinários.
Don’t Get Too Comfortable [Não Fique Muito Confortável] (dir. Shaima Al Tamimi, Iêmen/Quênia/EUA/Catar/ Emirados Árabes Unidos, 2021, 9’) – 10 ANOS
Don’t Get Too Comfortable é uma carta introspectiva sincera para meu falecido avô. A carta questiona o padrão contínuo de movimento entre os iemenitas na diáspora. O filme combina fotografias de arquivo, filmagens originais, animação parallax e vídeos abstratos para criar um corpo de trabalho audiovisual que chame atenção para o sentimento coletivo de ser apátrida e para a sensação de ser compreendido pelos migrantes iemenitas (ou não iemenitas).
Electrical Gaza [Gaza Elétrica] (dir. Rosalind Nashashibi, Reino Unido, 2015, 18’) – 16 ANOS
Em Electrical Gaza , Nashashibi combina as suas filmagens de Gaza às do faz-tudo, dos motoristas e do tradutor que a acompanharam até lá, com cenas animadas. Ela apresenta Gaza como um lugar do mito; isolado, suspenso no tempo, de difícil acesso e com a tensão no ar. Comissionado pelos curadores do Imperial War Museum.
Home Movies Gaza [Filmes Caseiros Gaza] (dir. Basma Alsharif , França/Territórios Palestinos, 2013, 24’) – 10 ANOSHome Movies Gaza nos apresenta a Faixa de Gaza como um microcosmo para o fracasso da civilização. Na tentativa de descrever o cotidiano de um lugar que luta pelos direitos humanos mais básicos, este filme reivindica uma perspectiva de dentro dos espaços domésticos de um território complicado, abandonado e totalmente indissociável de sua identidade política.
Let My Body Speak [Deixe Meu Corpo Falar] (dir. Madonna Adib, Reino Unido, 2020, 10’) – 14 ANOS
Este documentário é uma jornada pessoal e íntima que explora a experiência de repressão da cineasta durante a sua infância, quando ela enfrentou o controle sexual em Damasco enquanto também experimentava uma crescente repressão sociopolítica no final dos anos 80, início dos anos 90. Através do uso criativo do arquivo familiar em Damasco junto a imagens atuais de seu corpo, ela reconstrói a dor do passado absorvida por este corpo.
Life on the CAPS Trilogy [Trilogia: Vida na CAPS] (dir. Meriem Bennani, Estados Unidos/Marrocos, 2022, 76’) – 14 ANOS
Ambientada em um futuro sobrenatural e distópico, Life on the CAPS Trilogy retrata uma ilha fictícia no meio do Oceano Atlântico. No mundo da CAPS (abreviação de “cápsula”), o teletransporte substituiu as viagens aéreas e as populações desalojadas utilizam esse meio de transporte para cruzar oceanos e fronteiras. Cercada por um escudo magnético, a CAPS abriga migrantes que foram pegos se teletransportando ilegalmente. Instalados em enclaves movimentados, os cidadãos da CAPS desenvolveram sua própria cultura híbrida e seus modos de se opor e desafiar as tropas estadunidenses que patrulham a ilha.
Moonscape (dir. Mona Benyamin, Palestina, 2020, 17’) – 12 ANOS
Moonscape é um curta-metragem que assume a forma de um videoclipe de uma música de estrada, realizada em dueto entre um cantor e uma cantora, em árabe. A música traça a história de um homem chamado Dennis M. Hope, que reivindicou a propriedade da Lua em 1980 e assim fundou a Embaixada Lunar – uma empresa que vende terras em vários planetas e luas –, criando uma conexão entre sua história e a da diretora – uma jovem palestina que vive sob a ocupação israelense, desejando acabar com a miséria de seu povo de qualquer maneira possível. Um híbrido de cenas surrealistas da indústria da música árabe, reencenadas pelos pais do artista que também interpretam os papéis dos cantores, além de imagens dos arquivos da NASA e referência ao filme noir.
Sahbety | My Girl Friend [Minha Amiga] (dir. Kawthar Younis, Egito, 2022, 17’) – 10 ANOS
Desesperado por intimidade, Ali segue a sugestão da namorada, o que coloca o relacionamento deles à prova. O plano se desenrola inesperadamente quando os papéis de gênero se confundem.
Toutes les Nuits | Behind Closed Doors [Todas as Noites] (dir. Latifa Said, França, 2021, 21’) – 10 ANOS
Belleville. Um bairro operário parisiense. Há dois anos Nadia mora sozinha com o filho, Samy, de 15 anos. Ela ensina francês para prostitutas chinesas em uma associação. Comprometida com o trabalho, ela se aproxima de uma de suas alunas, Mei, que está juntando dinheiro para o filho viajar para a França. Mas uma noite, Mei é presa e corre o risco de ser expulsa. Nadia fará o que for preciso para protegê-la, mesmo arriscando perder o seu filho.
WARSHA (dir. Dania Bdeir, França/Líbano France/Lebanon, 2022, 16’) – 14 ANOS
Mohammad é um operador de guindastes que trabalha em Beirute. Em uma certa manhã, ele se voluntaria para ficar responsável por um dos guindastes mais altos e notoriamente mais perigosos do Líbano. Longe dos olhos de todos, ele consegue viver sua paixão secreta e encontrar a liberdade.
We Began by Measuring Distance [Nós Começamos Medindo Distâncias] (dir. Basma Alsharif, Egito, 2009, 19’) – 10 ANOS
Longos quadros estáticos, texto, linguagem e som são costurados para desenvolver a narrativa de um grupo anônimo que ocupa o seu tempo medindo distâncias. Medidas inocentes transitam para medidas políticas, examinando como a imagem e o som comunicam a história. We Began by Measuring Distanceexplora um desencanto final com a realidade quando o visual falha em comunicar o trágico.
Who Is Afraid of Ideology? Part 4: Reverse Shot [Quem Tem Medo de Ideologia? Parte 4: Contraplano] (dir. Marwa Arsanios, Alemanha/Líbano, 2022, 35’) – 12 ANOS
O filme Who Is Afraid of Ideology? Part 4: Reverse Shot surge de um projeto colaborativo que está tentando mudar a situação de uma terra privada no norte do Líbano para um waqf (doação de terra para fins comuns ou sociais). O objetivo seria promover o direito de uso da propriedade. A terra seria usada apenas por pessoas que não possuem uma propriedade para fins agrícolas. O filme segue esse processo e a ele acrescenta uma reflexão sobre como a terra, um objeto vivo, resiste inerentemente à propriedade. A matéria e a terra tornam-se testemunhas de uma certa história de não-propriedade. A interconexão do geológico, do histórico, do legal e do agrícola traz uma espécie de ecologia do pensamento, cujo objetivo é a comunalização e a reabilitação.
Three Disappearances and a Song [Três Desaparecimentos e uma Canção] (dir. Nadia Ghanem, Egito, 2021, 27’) – 10 ANOS
À medida que a presença de meu avô no país se torna cada vez mais problemática, minha mãe decide, pouco a pouco, nunca mais tocar em uma câmera, meu pai se convence obsessivamente do seu próprio desaparecimento e algo quase milagroso acontece em 1976, em Montreux: Nina Simone volta da aposentadoria. Em Three Disappearances and a Song, revisito o arquivo da família, pego minha câmera e filmo três pessoas lutando para encontrar novas maneiras de existir: minha mãe, meu pai e eu.
The Window [A Janela] (dir. Sarah Kaskas, Líbano, 2021, 16’) – 14 ANOS
Um ano após a explosão do porto de Beirute, Basma e Mariam se reencontram em seu antigo quarto. Cercadas por uma vista das ruínas do porto, as duas mulheres tentam resolver seu trauma compartilhado e seu relacionamento rompido.
Mubarak Mubarak al-Nisyan | Blessed Blessed Oblivion[Abençoado Abençoado Esquecimento] (dir. Jumana Manna, Palestina, 2010, 21’) – 16 ANOS
Blessed Blessed Oblivion tece um retrato da performatividade masculina na Jerusalém Oriental, vista em academias, oficinas e barbearias. Inspirado em Scorpio Rising (1963), de Kenneth Anger, o vídeo usa colagem visual e trilha sonora como um comentário irônico. Os temas de Anger – motociclistas vestidos de couro –, servem como um contraponto à cultura que Manna tenta retratar, a cultura masculina “bandida” em Jerusalém Oriental. Ao mesmo tempo que psicologiza os personagens e se seduz por eles, Manna se vê em um vínculo duplo, parecido com o desejo conflituoso que move seu protagonista enquanto ele vai de discursos degradantes a declamações de poemas heroicos ou a uma auto-exaltação sem limites.
Canada Park (dir. Razan AlSalah, Canadá/Palestina, 2020, 8’) – 12 ANOS
Eu ando na neve para cair no deserto. Eu me encontro em território indígena não cedido que chamam de Canadá – uma exilada incapaz de retornar à Palestina. Eu ultrapasso a fronteira colonial como um espectro digital que flutua pelo Parque Ayalon-Canadá, transplantado para três aldeias palestinas arrasadas pelas Forças de Defesa de Israel em 1967.
Serviço: 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino
Data: De 28 de março e 16 de abril de 2023
34 obras cinematográficas dirigidas por mulheres retratando a diversidade do cinema árabe contemporâneo.
Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Espacial Sul – Brasília – DF
Cinema (70 lugares)
Entrada gratuita
Ingressos: Disponíveis na bilheteria física ou em bb.com.br/cultura, a partir das 9h do dia da sessão.
Para as mesas redondas, ingressos disponibilizados 1h antes do início, apenas na bilheteria física. Para a masterclass, inscrição prévia, mais informações em www.instagram.com/cinema_arabefeminino
CCBB Brasília
Aberto de terça a domingo, das 9h às 21h
Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Espacial Sul – Brasília – DF
Tel.: (61) 3108-7600
E-mail: ccbbdf@bb.com.br
Informações
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Fonte: Acha Brasília