Profissionais da Vigilância Ambiental percorrem, diariamente, todas as regiões administrativas para proteger a saúde da população e eliminar focos do mosquito Aedes aegypti
As ações de combate ao Aedes aegypti não param no Distrito Federal. De janeiro a outubro deste ano, 2.297.114 locais foram inspecionados pela Vigilância Ambiental para a verificação da presença de depósitos de larvas ou do mosquito adulto, causador da dengue, zika, chikungunya e febre amarela (urbana). No mesmo período, foram inspecionados 6.719 pontos estratégicos da luta contra o mosquito, como borracharias e ferros-velhos.
Todos os recipientes que acumulam água parada e servem de depósitos de larvas são analisados pelos agentes durante as visitas | Fotos: Lucio Bernardo Jr./Agência Brasília
Durante a visita, os agentes analisam todos os recipientes que acumulam água parada e servem de depósitos de larvas, como baldes sem tampa, vasilhas, pratos de plantas, pneus, calhas entupidas, vasos sanitários sem uso e caixas-d’água e ralos destampados. De janeiro a outubro, foram encontrados 5.670.793 depósitos, dos quais 4.472 das amostras foram positivas para o mosquito.
A equipe também orienta os moradores sobre os riscos da doença e dão dicas de como evitar a proliferação do mosquito. Uma vez por semana, o cidadão deve separar 10 minutos para fazer uma revisão na casa, à procura de pontos que podem ser focos do mosquito. Confira orientações abaixo.
Arte: Agência Brasília
O diretor de Vigilância Ambiental em Saúde, Jadir Costa Filho, avalia que o combate é contínuo e, com o aumento do número de casos durante o período seco, tem sido intensificado. “A evolução do mosquito fez com que ele se adapte melhor e se reproduza durante a seca, mantendo a circulação do vírus por todo o ano. Então, é muito importante que a gente não pare esse trabalho, ainda mais com a chegada das chuvas, quando costuma haver número maior de casos de dengue”, afirma.
Atualmente, mais de 1,2 mil agentes atuam na Vigilância Ambiental, divididos em 15 núcleos. O trabalho inclui o monitoramento dos casos confirmados da doença e da população do mosquito, com a produção do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), pulverização de inseticida e ações de conscientização da população e manejo ambiental, além de inspeções a imóveis em todas as regiões administrativas.
A cabeleireira Aparecida Oliveira está entre os que costumam ser receptivos com os agentes: “É uma coisa muito séria”
Colaboração
Apesar da colaboração recorrente da população na luta contra a dengue, muitos ainda se negam a receber os agentes em suas casas. Neste ano, 479.563 locais não foram inspecionados devido à recusa dos moradores ou por estarem fechados no momento da visita. Nesses casos, o agente retorna ao local outras vezes, na tentativa de efetuar a ação de combate.
“Sabemos que os depósitos estão dentro da casa, no quintal, principalmente. Então, cada vez que alguém recusa o acesso de um agente, está impedindo uma ação de combate mais efetiva. Uma casa com muitos depósitos pode sustentar uma epidemia em determinada região”, afirma Costa Filho.
Por outro lado, boa parte dos moradores costuma ser receptiva com os agentes. A cabeleireira Aparecida Oliveira da Cruz, 54 anos, faz parte desse time. Para ela, é muito importante atender aos profissionais e acatar as sugestões de combate. “É uma coisa muito séria. Meu filho e minha irmã já tiveram dengue hemorrágica e não quero que mais ninguém da minha família passe por isso, nem meus vizinhos”, afirma.